DEGREDISMO, uma tendência contemporânea de novos autores.
O Degredismo é uma tendência de novos autores nas artes barrenses é o supremo combustível empregado na literatura piauiense que retrata a carnaúba dos versos e o babaçu da prosa. É o poder gritar literário da prosa, da poesia, da literatura barrense na locomotiva piauiense da literatura. O degredismo é uma característica e um pedido de alívio contra a produção literária comercial, capitaneada pelo egocentrismo acadêmico, egocentrismo biográfico que teima em desconhecer os agentes contextuais como produto final de uma obra literária.
A característica degredista ironiza o pensando de um só contexto social em busca da dualidade contextual como produto final e literário. O nativismo contextual é uma ridícula verdade na produção poética ou prosaica e essa verdade não é construída total e sim incompreendida no todo. O degredismo é uma tendência aberta a si mesma, e fácil de pensá-la. (Senti-la ninguém pode.).
Uma obra literária degredista é sempre composta de dois contextos sociais que compõem sua essência. O autor degredista sente o contexto social alheio as suas vivências e faz uso dele em detrimento do outro. O degredismo é a compreensão da interferência de dois contextos sociais na composição e produção de uma obra literária.
A obra degredista é um sonho dentro de dois sonhos confrangido pelo contexto social vigente do autor/obra no tempo/espaço. O teor da construção literária do autor longe do berço natal implica no teor literário da obra e a vida dela, fazendo o degredista sentir, por existir, dois mundos distantes e perfeitos como produto final.
Viver longe do berço natal é viver outra estória, isso é o lema degredista. O degredismo prega o sentir, o posso mais, o suportar a tortura intensa da distancia, o interregno das existências de dois contextos sociais que lhe cercam... há muito tempo tenta-se negar a existência de dois ou mais contextos sociais na produção literária como produto isolado a um contexto vivenciado pelo autor.
Cabe, de início, salientar que a função social do escritor é mostrar o seu mundo, dentro do mundo em que lhe foi dado viver. Para isto, o intelectual utiliza-se de palavras que figuram como seu modo de ação. No entanto, a tarefa de representar a realidade nem sempre é fácil, pois a escrita literária é muitas vezes condicionada pelo ambiente social, o que acaba inibindo o seu valor ideológico.
Faz-se necessário, também, ressaltar a complexidade que existe nas relações entre literatura e sociedade. Tais relações levam em conta, não só, o conteúdo social da obra, mas também sua influência na sociedade; a questão dos leitores; a sociologia do escritor, que verifica o meio e o tempo em que viveu e compôs sua obra. Neste sentido, o teórico Georg Lukács (1968: 15) ressalta a contribuição do elemento social na constituição da literatura. Com respaldo em idéias marxistas, ele expõe:
A gênese e o desenvolvimento da literatura são parte do processo histórico geral da sociedade. A essência e o valor estético das obras literárias, bem como a influência exercida por elas, constituem parte daquele processo geral e unitário através do qual o homem faz seu o mundo pela sua própria consciência.
O degredismo é o elo entre o produto de vários contextos sociais e a consciência do autor na produção literária. Outro elemento que se reflete de maneira significativa no momento da produção de um texto é a história. Sabe-se que determinados aspectos históricos podem influenciar a produção literária de certo período.
Ao tratar da relação entre literatura e história, Antonio Candido (Apud Chaves, 1999: 09) refere-se à fronteira que se estabelece entre estes dois campos do conhecimento e atesta que só a podemos entender fundindo texto e contexto numa interpretação dialeticamente íntegra, em que tanto o velho ponto de vista que explicava pelos fatores externos, quanto o outro norteado pela convicção de que a estrutura é virtualmente independente, se combinam como momentos necessários do processo interpretativo. (...) o externo (no caso, o social) importa não como significado, mas como elemento que desempenha certo papel na constituição da estrutura, tornando-se, portanto, interno.
O degredismo com o tempo abrirá a janela da consciência literária piauiense para estes dois elos: contexto social vivido e contexto social vivenciado sendo igual a produto literário duplamente influenciado e influenciável por fatores contextos sociais internos e externos na produção literária. Portanto, entender o termo e a denominação degredista é focar no principal requisito literário absorvido as produções literárias na contemporaneidade.
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