sexta-feira, 9 de agosto de 2013

texto opinativo: A HISTÓRIA COMO ELA É


Brevemente nossa História de Barras será dita pelas forças e os interesses do povo. Fatos não ditos pela HISTÓRIA OFICIAL editada, maquiada pelo discurso MONÓLOGO da ELITE DOMINANTE que não representa a verdadeira História de nosso povo. 

Fatos fidedignos que se desencadearam sobre nossa História e serão contados sem as multifaces dos clãs dominantes e espoliatórios da elite dominante que em muito se ocultou fatos narrados com objetivo de preservar os clãs que tanto explorou nosso povo desde os séculos.

Fatos que verdadeiramente insultam o intelecto, fatos que não combatem com as ideias e que caluniam a realidade dos fatos de nosso povo barrense, e que agora verdadeiramente o povo barrense terá seu legitimo direito de defesa. Uma HISTÓRIA sem os ADORNOS dos clãs que precisam sufocar a HISTÓRIA OFICIAL com o objetivo de sempre manter o povo como eterno súditos, plebeu e antagonista de uma HISTÓRIA que unilateralmente nunca tiveram voz, não tiveram ação no tempo, séculos sem defesa.

Barras foi feita pelo povo e principalmente os humildes. Estes mesmos humildes que tiveram seus destino imposto pelos clãs que tanto exploraram e explora o povo desde os começos existenciais de nossa cidade. HISTÓRIA OFICIAL da ELITE DOMINANTE continua depois de decênios de domínio e espoliação ainda faz-se necessário manter uma versão em que os heróis no pedestal e o povo verdadeiro autor dos fatos, a mercê. 

Hoje, os filhos genuínos de BARRAS estão fazendo uma revolução social. Barras continua no eterno trabalho de libertação, na qual o cidadão barrense amante dessa terra exige e comanda seu regime de libertação social. Na atualidade, a elite dominante esfacelada, em declínio não tem como manter o disfarce da fala moral imposta. 

Tem que renuncia ao curso da História, pois a História barrense pertence aos braços do povo. Crescemos em nossa Barras de marataoã sempre e tanto, e eterno na subterrânea da elite dominante que se aliou e compõe-se  das poderosas famílias influentes e dominantes. A História atual de Barras é uma história conformada, ditada e voltada para manutenção de classes, para uma doutrinação do regime de exploração conformista na qual nosso povo adquiriu sequela secular na memória histórica de nossa gente. 

É contra a injustiça secular de uma HISTÓRIA MAL CONTADA que se faz necessário uma revisão de nossa HISTÓRIA e nem que se desencadeiem os ódios da elite dominante. No entanto, as feridas sociais não podem ser cicatrizadas, nem a dor das cólicas do povo podem ser um anestésico para o seio de uma classe que explorou, expulsou de suas terras, queimou casas e que se potencializou como os verdadeiros dono da terra, dono da cidade, dono do povo. 

Os agentes das mudanças e autores das agitações sociais vem com as novas ideia, uma nova mudança através dos tempos catalogando fatos, dados, e a onda de agitação se avoluma na entre linha do pensamento e dependente dos fatos reais de nossa HISTÓRIA que merecem ser contada sem o interesse de classes. 

Sabemos que os fatos hoje nos contados e eternizados aconteceram sem o espiral do nosso povo e muito se destruiu os valores desse mesmo povo no campo social, cultural, econômico e político. Não se admite mais a defesa através dos livros de História de Barras com a perpétua manutenção de uma História Oficial ditada pelos clãs espoliatórios.

Portanto, existe uma violenta pressão e supressão dos fatos de nossa História, a ponto de sermos obrigados a acreditar e nos conformar com o enluta mento dos fatos sociais, resistir faz-se necessário.  O povo barrense ao longo dos anos vive incessantemente cultuado nas escolas, na rua, nos livros autopublicado, e tem que suportar em silêncio, tudo esquecer, tudo renunciar, tudo reproduzir a geração em geração e dizer a si mesmo a manutenção de uma História alheia. 

Defender uma classe que perpetuou-se por século, e que hoje em declínio ainda mantem o status quo dominante, mas que a queda paulatina é descampada, livre rumo ao solo barrense. 

Por anos essas aves de rapina nos suga o sangue, e quer continuar a sugar e na marolinha dos fatos, pregam o holocausto, a exclusão do povo da História de Barras. A consciência historiográfica é sagrada a vibração da resistência escrava de uma HISTÓRIA que foi feita para o privilegio de alguns, customizada, remendada a escravizar fatos, a manipular sem resgate, a não pedir habeas corpus dessa petição eterna de um ciclo de espoliação, uma espoliação contra a História de um povo.


CRÔNICA: OS ABUTRES, O URUBU –REI E A CARNIÇA


É uma assembleia de abutres, um dos abutres comuns, um tanto cheio de inspiração e mente convulsiva da vida, que os nervos inflamados a arder sem conforto pelo melhor pedaço da carniça, mal sabiam ele que os melhores pedaços são do poderoso e intocável urubu-rei...

O que resta? Só os restos para quem são abutres e lacaios de esgoto, as migalhas. Pelo final da assembleia uma sombra esvaecida, de urubu velho metido a conselheiro, um daqueles tristes que sem mãe agonizava...

Resta um morto, uma carniça morta! É esperar morrer!

E resvalar na sepultura. Um abutre de penas loiras, daquelas de tribal frio no meio das ancas, daquelas aves de rapina que na fronte sem ilusões, de sete vidas que  no peito alcoólico tem quebrado um coração de amargura que nem saudades levar da vida impura que um dia teve. Aquele abutre fêmea onde arquejou de fome... abutre sem um leito! Entre a treva e solidão!

Enfim, bradou: Tu foste como o sol na reabilitação; tu que parecias ter na aurora da vida a eternidade. Porque hoje na larga fronte tu escreves. . .Porém tu não voltaste como surgiu! Parece que se apagou teu sol da mocidade, assim como n’uma treva maldita!

Um urubu pequeno no meio da podridão disse: Tua estrela não mentiu. E do teu fadário. Poucos são homens para na página primeira da vida escrever uma linda história.

O véu da verdade na tumba do tempo se abri e se rasga... Pobre gênios sem Deus, nem um sudário! Nem túmulo, nem cruz! No meio da carniça são como a caveira que o lobo devorou!. . .

Hoje já não morrem um bajulador de fome — não, não morre de fome. A carniça dar para todos, e um abutre mais exaltado diz:  Acha-se sentado no caminho: Tão doce era o semblante dele! Sobre os lábios flutuava- lhe um riso esperançoso. 

E o morto parecia adormecido, mas levantou. Ninguém, nenhum dos abutres se quer ao peito recostou-lhe a fronte nas horas da agonia! Nem um beijo de Judas lhe deu. Talvez,  em boca sua encostou somente os lábios da linda mulher! Nem mão amiga, quando se encontrou sozinho, virou somente uma carniça devorada pelos abutres.

Hoje a carniça fecha os tristes olhos aos abutres! Ninguém chorou por ele, quando no seu peito não havia colar, nem bolsa de ouro. Foi um sepultado pobretão! Não valia a sepultura! E os abutres ao fim da assembleia, todos o viam e passavam todos, enfim estavam todos unidos, abutres, urubu-rei e a carniça. Portanto, era bem morto desde a aurora. Os abutres sabiam que ao fim da assembleia, ninguém lançaria lhe junto ao corpo imóvel uma cova.

O mundo tem razão, o mundo é tão sisudo e pensa. Terá a carniça a inteligência de ter um cérebro sublime?

De que vale um urubu-rei se os abutres são pobres loucos que levam os dias a sonhar — será o urubu-rei tão insano, amante do uísque, amante das utopias e virtudes. E, n’um tempo sem Deus, a assembleia de abutre ainda crente? É de certo uma loucura; É um defeito no cérebro... 

Que doidos! É um grande favor, é muita esmola que os abutres que  tremem de miséria e fome, dar-lhes um leito no hospital dos loucos...por fim, os abutres infernizaram o urubu-rei que já com a fronte sonhadora, desprezou as rimas dos discursos sóbrios, e ébrio cansou os braços a arrastar o morto, a carniça ou  pagar os salários dos abutre?

quinta-feira, 13 de junho de 2013

A NOVA FACE DA POLÍTICA BARRENSE

"Em Barras como nas demais cidades piauienses a perpetuação de pessoas da mesma família na política é até uma regra geral, se não fosse às últimas exceções a prefeito de Barras. Nas duas últimas legislaturas barrenses, esse fato foi rompido, mas sem antes os velhos políticos profissionais não deixarem de darem uma mãozinha! Até parece que os cargos políticos são hereditários e privativos. Vários são os nomes da política barrense que se perpetuam no poder há anos, transformando cargos elegíveis em uma espécie de carreira política.
Há anos, dois grupos em Barras que disputam o poder e se revezam nos cargos políticos. Fazem uma espécie de “Política Bilateral” que domina o cenário político da cidade e tem um histórico de perpetuação hegemônico desses grupos familiares no poder, criando assim uma espécie de profissionalização da prática. Segundo o professor Ricardo Arraes, do departamento de História da UFPI - Universidade Federal do Piauí, “ao se fazer uma radiografia do que chama de elite política piauiense”, o pesquisador discute elementos que permitem a concentração de poder nas mãos de grupos e personagens políticos.
O cenário político que determina essa realidade está muito atrelado ao seu desenvolvimento econômico ou industrial, fato que impede mudanças significativas. Em Barras não é diferente, mas nos últimos dois anos mudanças significativas vem acontecendo. Uma nova espécie de subsistema político barrense apoiado pelos políticos de carreira tem mudado lentamente o quadro e apresentado uma capacidade de se impor a ordem histórica dos governantes barrenses.
A política barrense tem desenvolvido e fabricado novas adaptações de políticos, pluralizando uma nova prática que permite estabelecer conexões e tradicionais.
Famílias tradicionais ainda controlam a política sob um novo prisma. Controlam a máquina administrativa com novas faces e marionetizam continuamente, como novas peças de reposição das elites em detrimento dos chamados “fichas sujas”, deixando aberto o caminho para os novos herdeiros políticos empresariais.
Podemos perceber que essas novas peças de reposição na política barrense, com o tempo é apenas um substituto temporariamente da verdadeira máscara da hereditariedade política e com isso, abre caminhos para o novo subsistema político de substituição da elite barrense. Fica claro, que há uma perpetuação há décadas do engarrafamento e engessamento dos cargos políticos, para uns chamados políticos de carreira. No entanto, o quadro de mudança dessa realidade começa a transformar-se. Exemplo disso, vemos na reformulação quase que 100% da Câmara dos Vereadores que ainda traz velhas figurinhas carimbadas com suas arcaicas formas de fazer política dentro daquela Casa. Em muitos casos o continuísmo dos pais se faz presente com a chegada dos filhos!
Portanto, acontece que todo o processo ocorre por conta do próprio eleitorado passivo, acanhado, tímido, que tem a tendência de apoiar-se, nessas novas peças de reposição, como salvadores da Pátria ou até mesmo apostando numa nova forma do fazer política. Esse novo subsistema acontece pelos mesmos procedimentos eleitorais democráticos, pelo qual as elites políticas têm transformado nos últimos anos, os cargos políticos em estabilidade profissional e pessoal".
OPINIÃO BARRAS




É um blog opinativo e principal meio de canalização de ideias, veículo que vem para divulgar as ações criativas do nosso povo cidadão, com elogios e críticas que visem uma melhor integração da sociedade nas decisões políticas do município de Barras. Aqui, não se trata de veículo de situação ou oposição, mas de debates, críticas, elogios, sugestões para a conscientização do cidadão no âmbito do social. 

Opinião Barras não é atrelado a partidos políticos, é apenas um blog com divulgação de matérias pertinentes a sociedade, aglutinando manchetes jornalisticas dos principais meios de comunicação de Barras, apenas mais uma ferramenta de construção do pensamento social e informação aos leitores. 

Não se trata, somente de Política, Religião, Pensamento Filosófico ou Sociológico, trata-se de um blog que levará informações, artigos opinativos, e que o cidadão barrense pode está interagindo ao enviar seus textos. Nasce, o OPINIÃO BARRAS.
HÁ UM COLAPSO NO JORNALISMO BARRENSE


*Joaquim Neto Ferreira

Primeira coisa que um leitor crítico faz é questionar os fatos, é refazer toda a matéria mentalmente, enxugar a reportagem diante do social, desenhar os aspectos culturais, sociais e político do fato em questão. Na atualidade, o mundo em constantes mudanças, quem não inova e renova, fica no arcaísmo editorial, na retaguarda dos fatos. Partindo dessa premissa, o jornalismo barrense passa por uma fase tenebrosa, de sobrevivência, de autoafirmação ou até mesmo de declínio.

Há um colapso de uma parte da mídia barrense, esta chegou antes mesmo da falência. O jornalismo unilateral dos novos tempos, dos novos rumos não é vacinado pela linha editorial de defesa e ataque. É sim do jornalismo de vanguarda, que sobrevoa as principais matérias e compõem e não decompõem as matérias, pois estas devem ter núcleo duro e certo.

Entretanto, os que são oposicionistas ou situacionistas, logo, logo estarão à deriva, sem frota de leitores, também sem matérias de expediente, a ver navios. É assim a arte popular de sentenciar certos portais a vereditos inapeláveis. O jornalismo sensacionalista, mercador, tendencioso ao ataque e a defesa, com os dias vai a pique. Naufraga no próprio egoísmo dos que se acham populares, em primeiro lugar.

É bem verdade que chega de bagres, de palavrões, bajulação e certas cabeças deveriam experimentar o fio gelado da guilhotina. Cabeças jacobinas e girondinos. Vemos um emagrecimento tendencioso e insanável das matérias, uma engorda do clamoroso empobrecimento da reportagem maquiada, manipulada, refeita e ditada pelo senhor feudal aos vassalos subservientes e que para o leitor mais atento, deixa margem a dúvida a veracidade.

Por conseguinte, a notícia deve ser um setor que viva, e viva a uma de suas mais graves crises do jornalismo barrense, e para sobreviver frente ao leitor mais crítico, só pela notícia de qualidade, que é aclive do produto a ser oferecido.  Enquanto, o jornalismo barrense uiva, torce e distorce pela espiral descendente do partidarismo, de olho em 2014, floresce um jornalismo que alivia que não suprime que causa a discussão efetiva, que tem matérias ostensivas, que acelera sem a decadência de ser só mais uns.

Barras ecoam em murmúrios que escapam de quando em vez, carece de um jornalismo que deve ser puro, impar, único, exclusivo. Informar-se ali, buscar-se acolá. Jornalismo não deve rastejar aos pés de senhores todo poderoso, verdadeiro conde de Monte Cristo, ou mercadores mecenas. Dizer amém ao senhor feudal. Deve-se mesmo perseguir o furo da notícia como acontece, mas sofisticado, ser de informações gratuitas e de qualidade a oferecer ao povo, ao leito, ao público sedento por notícias. Não de informações pagas, maquiadas, manipuladas, feitas e refeitas, coisa flexível, ideológica de uns.

Duas observações são obrigatórias. Um veículo de jornalismo, chamado de Portal de Notícias no mínimo para não avocar a suavização de um fracasso, deve com base em uma mudança sistêmica apertar de vez a concorrência, que ainda segue o modelo tradicional e arcaico de jornalismo ataque-defesa. Sobressai-se, o Portal que mitiga e não sonegada ao leitor, que não se submeti a matérias pagas, mas que constrangi a desordem dos fatos.

Deparamo-nos, cotidianamente com uma corrosão dos velhos palavrões genéricos, das matérias copiadas e coladas, matérias fixas de ideologias programadas; dos que não praticam jornalismo, mas se reportam a qualquer coisa que não seja aquilo. Uma singularidade precisa ter resposta, o jornalismo dominante que ora fracassa, tem um motivo, vira as costas ao povo de Barras.

Se o jornalismo envelhece, é obsessivo e algo de novo tende a nascer. Portanto, o jornalismo de pauta mumificada, pauta fixa, pauta manipulada chega até ter sua saturação. Tudo que o foco narrativo é repetitivo, com certeza vai ao esgotamento. Há quanto tempo às manchetes disparadas do governo e contra o mesmo deixam de surpreender o leitor?

Sempre, toda hora. Existe algum motivo para ler um portal assim, com matérias direcionadas, apologias que esmaga os limites crítico do novo universo do leitor inteligente, atencioso aos mínimos detalhes. Nosso jornalismo deve ser progressista, deve partir da ressonância dos grandes fatos, dos grandes debates do desenvolvimento social e acompanhar essa cadeia de acontecimentos municipais.

*Escritor, poeta, especialista em Negociações Policiais – Polícia de Córdoba – Argentina-Brasil- PMPI. Formado em Letras Português. Foi editor do jornal Força Jovem Barras- Pi. 




sábado, 27 de abril de 2013


SONHOS DE LEÔNIDAS
NOVELA - PENÚLTIMO CAPÍTULO

16

Matias não era como os outros rapazes da sua idade. Achava que o amor pago era uma corrupção social. Um lado de exploração sórdida do ser humano para com o outro. Aquilo não merecia que seus lábios se unissem ao de uma prostituta, pois considerava uma mulher paga, corrupta. Dizia que o amor devia ser puro.

- Besteira! Sabe a primeira de Alberto. Dizia Matias

- Diz aí! Matias. Falava Leônidas.

Chovia muito em Teresina. O local, a rua Paissandu no centro. Contando com a sorte, uma mulher passou-lhe rápido as pernas, grudando Alberto ao seu corpo, e logo vieram os beijos. 

A mulher nunca tivera tanto prazer nos braços de um amante. Os dois entraram em gozo venéreo. Laura descobria no hálito do jovem os gemidos e os suspiros que nunca tinha ouvido de um homem. 

E gozou-a, gozou-a loucamente, com delírio na verdadeira satisfação de uma mulher da noite. E ele também, ele também gozou, estimulado pela fantasia de ser seduzido por uma mulher da vida fácil. Os amantes gozaram a desonestidade daquele ato imundo, insano.  

Nos braços nus, metendo-lhe pela boca a língua úmida e em brasa os amantes uivavam como lobos. Depois, um arranco de corpo inteiro, Alberto vestia rapidamente a roupa e saia do quarto. Quinze minutos naquele lugar imundo, fétido, lúgubre tinha sido o suficiente. 

Estabeleceu-se entre eles, o hábito efêmero de felicidade sexual, completa. Agora, porém, tanto tempo depois da primeira vez, Alberto era frequente do lugar e com Laura tinha um caso amoroso de dois amantes. 

Nas noites dentro do quarto no bairro Monte Castelo, o rapaz sentia fome de sexo, porém saciava-se nas noites das fantasias de uma mulher que sempre lhe vinha fazer companhia e que saciava-lhe seu corpo. O corpo de Alberto faminto nas mãos daquela mulher que lhe fazia seu corpo morrer e secar como um cadáver. 

A meretriz dos sonhos eróticos, deixava-o como um cadáver. Alberto admirava-se, dessas e outras coisas. Sempre se lembrava do primo Leônidas que no auge dos vinte anos deveria ser puro. Devia Leônidas ser também um devasso com as prostitutas da Paissandu. 

Não é que Leônidas voltava a lembrar dos sonhos de Matias. É certo, aquilo era uma loucura. Leônidas enchia um copo de vinho e via o amigo Matias sempre sorrindo por dentro do quarto. Tinha sono e dormia. Também começou a ser atacado durante os sonhos. 

Sonhava com uma mulher e um homem de que os rostos não davam para ser visto na escuridão. Eles apertavam suas mãos e ouvia meio que desajeitado, os convidando a atos libidinosos. Era um casal de libertinos da rua. Luiza Maria e Zé de Lauro. 

O rapaz fazia sexo com os dois. Depois no sonho, desenhava-se um céu, um palácio de torres escuras em volta de vários casebres iguais aos do bairro santa Bárbara. Nuvens pretas como a noite, labaredas de fogo como o dia, um clarão que iluminava a cama do casal, depois o ato, tornava-se sombrio. 

Leônidas via o rosto do casal e como num enterro, o ato sexual com ambos tinha um gosto de ânsia. O casal era seus vizinhos.  O sonho erótico transformava-se em pesadelo. O rapaz acordou assustado. Estava no centro de Teresina a apreciar o povo passando. 

Todos os dias no centro de Teresina viam-se mulheres, padres, soldados e estudantes. Pela praça da bandeira muitos falavam das mulheres lascivas, dissolutas, ébrias, vadias. Durante a noite, vários pontos no centro da cidade eram de devassidão, atos insípidos, redutos de rodas de pagode, onde muitos estudantes suicidavam seus tédios.  

Lá alumiavam a monotonia do tédio pelo samba. Praças transitáveis. As calçadas da praça Rio Branco um inferno de mendigos espalhados por todos os lados. Local fétido, odor de urina e fezes. Leônidas gostava de andar pelas horas mortas da madrugada. Conversar com as mulheres debaixo do pano luzidio das lâmpadas incandescentes da avenida Maranhão. 

Descobrir o que fizeram cair na vida fácil, desvendar a renda do véu de suas vidas, de suas faces e depois um namoro pago. Tudo inspirava o jovem escritor para escrever sua ficção. A mantilha acetinada da noite sobre os olhares do Parnaíba imponente e majestoso. 

A brisa fresca como uma rosa. Lembrou-se de Ísis, de seus olhos negros, dos cílios, do momento em que Alberto na madrugada adentrava seu quarto e apertava-lhe os seios, seus ais, seus suspiros, seus soluços abafados de prazer. Usava a imaginação na ficção escrita para refazer a realidade dos amores, daquelas mulheres de sexo pago. 

Dentro de um quarto abafado, um ventilador velho teimava em girar. O local era na rua Paissandu. Beijava-lhes o seio palpitante, agita-se convulso no colo da mulher, apertava-lhe a cintura, sufocava-lhes os lábios no seu clitóris e sonhava ser tudo aquilo, o Paraíso. 

Tudo fazia lembrar a primeira aula sobre Romantismo, sobre o mal do século. Só despertou do devaneio, quando uma moça se colocou perto da sua cadeira na sala de aula. Poucas vezes, ele não viajava nas aulas de Literatura. 

AGUARDE ÚLTIMO CAPÍTULO

domingo, 14 de abril de 2013


SONHOS DE LEÔNIDAS
NOVELA

15

Leônidas lembrou uma vez, quando Matias lhe disse que vinha sendo perturbado com os sonhos eróticos. Que nos sonhos Luiza Maria apertava-o entre os abrigos dos sacos de goma e açúcar do comércio do pai feito criança brincando, e jogavam-se por cima dos sacos como se ali fossem almofadas.  E desde então, a mulher tinha uma ideia no cérebro, ideia de mulher extremosa e monopolizadora, nas poucas horas com o rapaz, o trabalho das intimidades domésticas. 

Matias era o comandante. De vez em quando, o povo no bairro comentava. Os amigos preocupados, mas era de estranhar o chamego dos dois que excitava a curiosidades dos vizinhos. No rosto do rapaz ardiam lágrimas misturadas a desejos, também fantasias sexuais com mulheres, homens e animais que ele revolvia sozinho dentro do quarto. 

Tinha uma timidez deprimente. Ensaiava o que falar as mulheres e na hora H, tremia, suava. O primeiro ataque sofrido pelos demônios súcubos, tinha dezoito anos. Sonhou que sentia-se em insuportável estado de lubricidade. Era tarde da noite e na mente, logo veio uma ideia inescrupulosa, sabia que a mãe Rosa Clarice tinha medo de fantasma. 

O pai havia viajado. Passou a desejá-la. O rapaz foi até o quarto dela que dormia tranquilamente. Quando chegou, Matias se colocou diante dela, o objetivo era saciar-se de seus desejos proibidos. Por dentro sentia o perigo assanhar o desejo da carne. Iria fazer da mãe seu fruto proibido. 

Ele sentia o desejo de vingança pelo fato do pai  maltratá-la, porém imaginou que não devia fazer aquilo e que moralmente diminuía-se, com tal ato de repugnância, o de ir até o quarto dela. Rosa Clarice estava em sono pesado. Era alcoólatra e dormia embriagada. 

Matias aproximou-se dela que vestia uma linda lingerie e ficou de pé. Aproximou-se. E hesitou por um instante, mas imóvel, ficou a contemplá-la no seu desejo de homem voraz, de rapaz mal amado, de um jovem perdido nas tentações da carne. 

Matias apalpou-lhe o corpo, Rosa Clarice torceu-se sobre a cama, mostrou-lhe as coxas e despia-se a nudez da pele morena. Matias não pôde resistir. Atirou-se contra ela e a mulher em estado ébrio o fez de marido. Os dois sempre de olhos bem fechados, saciavam-se um do outro numa explosão vulcânica de atos libidinosos. 

Dentro de si, Matias não queria vê-la separada do pai, mais sabia que mais cedo ou mais tarde, ela iria procurá-lo de novo. Conhecia o temperamento fraco de uma mulher carente para resistir ao desejo da carne. Consumado o delito, sentiu-se com remorso, vergonha e arrependimento. Não teve animo de dar uma palavra, retirou-se tristonho e murcho de volta para seu quarto. 

Deitou-se e lhe doía o que acabara de praticar, sentiu-se impotente diante da própria sensualidade. Solução para a timidez, para uma vergonha do envolvimento com uma parente tão próxima.  Uma corda no telhado. Rompia-se com as mãos e era sua morte. Muitos diziam que ele devia está lendo algum romance impuro da segunda geração do romantismo, talvez Macário de Álvares de Azevedo. 

O rapaz não sentia mais a virgindade na alma e nem no corpo. Para ele podia existir a mais linda prostituta da Paissandu que ele não queria aquele tipo de mulher. Só de Rosa Clarice, a mulher que lhe retirou a virgindade do seu corpo. 

quinta-feira, 4 de abril de 2013


SONHOS DE LEÔNIDAS

novela



14

Alberto não se importava com o sentimento das mulheres. Queria delas somente a beleza, a virgindade, roubar a inocência e sentir o amor. Tinha um incrível poder de sedução com as mulheres. 

Era baixo, moreno, olho castanho escuro, também sempre foi desejado por ter uma beleza única, um corpo bem feito, arredondado, uma pele macia, rosada e cabelos negros. Quanto à virgindade, Alberto não era mais virgem. 

De Ísis, a irmã, ele a queria virgem na alma, não no corpo. Queria que ela nunca tivesse sentido a menor emoção por ninguém. Nem por um primo, nem por um amante, nem pelo professor de literatura. Sabia que se deitava com ela, mas no fundo queria que Deus tivesse a criado e adormecida nas entranhas, assim como as princesas encantadas dos contos de fada que esperam pelo príncipe encantado.  

Alberto queria que o primo Leônidas, um anjo sado não  descobrisse aquele ato imundo. Poderia ser expulso de casa pela mãe, igual ao que Deus fez com Adão no paraíso do Éden. Também que a mãe nunca descobrisse o véu de inocência da irmã. 

Ao entrar devagar no quarto, flagrou-a lendo uma parte do romance escrito pelo primo Leônidas. Leu durante meia hora. Um dos trechos escritos dizia:

...Tinha longos cabelos castanhos escuros, na verdade muito compridos, um nariz proeminente e um corpo sedutor. Desprendia vitalidade, e sabia-se que não eram mais virgem. Olhou-a, e ela devolveu-lhe o olhar.

Alberto viu Ísis sacudir para a esquerda e para a direita os seus longos cabelos castanhos escuros. Sentia ciúmes do primo Leônidas, pois Ísis era louca por homens inteligentes. 

Pela primeira vez, Alberto viu seriamente a hipótese de Leônidas fazer amor com ela. Quis recitar os poemas do primo e nada dela mostrar-se fácil, a seus interesses sexuais. 

Olhava para as nádegas da irmã que era uma loucura. Ísis ficou imóvel com o romance  na mão. Alberto agarrou-a.

- Vamos fazer amor! Disse-lhe. Anda, vamos!

Ela repeliu-o. Bateu com a porta e se foi. Alberto acompanhou-a, sentou-se no sofá, ao pé da porta. Ísis era maravilhosa. E do primo Leônidas, tinha medo dele contar o que acontecia a mãe, dona Marieta. 

Depois que Leônidas chegou da Universidade e adentrou ao quarto para dormir, ele ouviu barulhos vindo do quarto da prima e foi até lá ver o que era. Tamanha foi a surpresa. O primo Alberto a beijá-la.  

Enquanto continuava a beijá-la, enfiava-lhe as mãos dentro das calças dela. À medida que a noite avançava os dois iam partir para a atividade sexual proibida. Leônidas estava calado. 

Aquilo excitava-o. Então, ouviu abrir e fechar a porta da frente. A tia Marieta que chegava do centro. Ouviu seus passos na sala. Era espetacular, erótico ver o irmão e a prima. 

Ouvia-se, as risadinhas deles e mais nada. De repente, Leônidas saia ás pressas da porta do quarto dela. Ele sentiu inveja, ciúmes, raiva de tudo aquilo. Poderia interromper tudo aquilo. O véu que Alberto descobria todas as noites, quando a transformava em mulher, e por isso, não passaria para as mãos de outro. 

Sentia vontade, também dos beijos daquela mulher impura nos seus lábios. Esperava-a, todas as noites também, aquela mulher vadia na sua cama quente. Mas, sabia que ele não ia fazer parte daquele lodo de prostituição incestuosa. Naquelas entranhas, então não sentiria mais prazer.

- Quem sabe!

Alberto não sonhou a realidade que Leônidas sonhava. Sonhar com o amor, a glória nos estudos, fazer as mulheres perderem a virgindade, mas tudo era uma ilusão. Sabia que para o primo Leônidas a virgindade não era ilusão. 

Sabia também que o primo era virgem. Que nas noites chuvosas a irmã dele, não iria tentar deflorá-lo ao dormir. Se bem que a moça era uma espécie de Lilith na carne de mulher aos dezoito anos de idade.

Capítulo finais...aguardem!!!!

segunda-feira, 1 de abril de 2013


SONHOS DE LEÔNIDAS
NOVELA


13



Caia uma chuva fina e intermitente. O céu cortado por todos os lados por relâmpagos, reboadas de trovão no nascente. Ele subia a rua Arimatheia Tito ao entrar para a Tote Carvalho seus passos foram ficando mais lentos, ora pisando em poças de água, ora pulando uma calçada. Leônidas sentia que alguém lhe seguia rapidamente. E suas pernas pareciam serem paralisadas.

Um vulto de preto aproximava-se, causando-lhe medo, ojeriza, e tudo aquilo foi como o vento a roçar os pelos dos braços.   Tal e qual a noite tinham por si só, um sinal de mistério. Noite fria. Um cão negro de olhos avermelhados e sozinho a perambular pelas ruas. Era ela. Sim era ela. Leônidas podia senti-la, só pelo cheiro que entorpecia de sexo o ar. 

No entanto, não conhecia suas estranhas. Foi seduzido pela mulher e entregou-se, ao prazer. Ela foi capaz de masturbar o rapaz no meio da rua sem ninguém os ver. Luiza Maria tinha as mãos frias. Devia ser por causa da chuva que caia naquela noite. Visitou-o em sonho, duas vezes. E ele viria a possuí-la, por ainda outras vezes.  

Outra vez, foi numa tarde que caíam, os vapores azulados do horizonte na capital Teresina e tudo se escureciam. Um vento frio vindo da zona leste sacudia as folhas da mangueira. Leônidas contemplava à tarde que caía.  Havia algo naquele horizonte. Dia de morte, talvez. Na linha azul orlada do nascente, para o lado de Timon, um bando de gaivotas brancas sentadas numa das mangueiras do quintal da casa da tia. 

Presságio. Dizia que aquelas aves eram anjos voando pelo céu. Teresina que algumas horas mais tarde mergulhariam nas águas de um temporal. Dos céus, uma cachoeira imensa que espedaçava suas águas prateadas no asfalto morno das avenidas. Uma chuva de escuma pelo asfalto, a levar sacolas de lixo pelos negros paralelepípedos das ruas do Monte Castelo. 

E o rapaz olhava tudo aquilo, com um ar perfeitamente romântico. Olhar para a chuva fazia Leônidas sentir um divertimento agradável. E seus pensamentos, sempre na mulher que ele havia feito amor na noite anterior. De pé, encostado na porta, a tia Marieta o chamava para sair da chuva.



- Esse diabo é doido! Quer é pegar um resfriado.



O caso é que foi preciso a mulher brigar para ele entrar em casa. Leônidas era um jovem estudante. Rapaz vadio, estudioso, talentoso ou estúpido escritor de romances, de poesias, de contos. Pouco importava o que ele escrevia. Duas coisas lhe deixavam preocupado: os sonhos eróticos que ocorriam com frequência, tais quais os mesmos que o amigo Matias lhe relatava e o reconhecimento dos seus escritos. 

Amava as mulheres sem realmente possuí-las, amava o romantismo e os escritores da segunda geração. Um digno rapaz, sempre honesto. Nas noites de solidão, dentro do quarto gostava de garrafas de vinho, ler seus poemas e de sonhar ter em seus braços, a prima. Adorava acordar cedo da manhã, só para ouvir o canto dos passarinhos. 

Um fino apreciador das noites de luar sonolento, noites límpidas. Quando veio da Universidade Federal achava o mundo monótono. Via pela avenida Frei Serafim, nas calçadas por cima de papelões, miseráveis mendigos, ou um acidente entre veículos, o que era tão popular, vulgar e comum. Porque havia de ver alegria em assistir aquilo? 

É que sem esses ingredientes cotidiano, Teresina não é Teresina. Na Universidade, Leônidas sentia-se um D. Juan com as mulheres. Era uma modéstia! Dizia que toda mulher é sedutora e não conquistadora. Todas elas seriam assim, falava ao amigo fiel, Matias. As que não seriam sedutoras por dentro eram conquistadoras por fora. Há dias que o amigo Matias, queixava-se para Leônidas de sonhos eróticos que aconteciam com frequência.



- Então anda saciado! Ironiza Leônidas.



E contou tudo. Dos sonhos eróticos com uma mulher de quem ele beijou os seios. Outra vez que sentiu os lábios de uma vagabunda que dormia na rua perto da praça da bandeira. Contou da mulher do vizinho, do senhor Zé de Lauro que o pessoal dizia que vendia o corpo na Paissandu. Leônidas explicou-lhe que poderia ser, talvez por ser ainda virgem é que ele imaginava nos sonhos estas lindas mulheres. Alguma mulher na realidade ainda o levaria para a cama.



- Reze por mim! Dizia Matias.



Na verdade, Leônidas não entendeu aquilo dito pelo amigo. Depois da aula de Literatura Piauiense, o suicídio de Matias aos vinte anos virou manchete dos jornais da capital. O tal ato de insanidade humana mexeu com Leônidas. Logo, o Matias que batia no peito e dizia que tinha uma mente de um homem de quarenta anos. 

Exímio questionador dos escritores da segunda geração do Romantismo. Leônidas, naquele dia passou a querer entender os sonhos eróticos de Matias. O que seria aqueles sonhos eróticos? Depois que se enxugou e a tia trouxe-lhe o jantar, o rapaz ficou horas deitado na cama e a mente focada no que Matias lhe falara. Perguntava-se, porque ele não deu atenção a confissão do amigo. 

Por fim, adormecia pensando em tudo. Começava a sonhar. No sonho via uma mulher chegando ao quarto dele. Os dois abraçavam-se e faziam sexo. Os dois corpos entravam em convulsão, os seios e os peitos arquejavam. O beijo das duas bocas tremia nas duas vidas que se fundiam muito e sempre. Depois do sonho, Leônidas começou a chorar, talvez se sentisse culpado pela morte do amigo.  

Amante da boemia, Leônidas  passou a  contemplar a beleza das coisas. Começou a dar valor a tudo que via. Passou a adivinhar o perfume da prima Ísis. Perguntava-lhe à noite, quando chegava da Universidade que música ela mais apreciava. Ísis tinha uma doce voz, e seu coração prometido a outro homem. A formosura da moça era divino e dela  Leônidas nunca poderia sentir seu amor. Achava a mulher mais linda do mundo. 

Lembrou-se de uma vez, quando a viu, nua no banho, suas formas divinas, de morena, de seus cabelos negros. Ele tinha visto seu semblante empalidecer de vergonha, mas depois daquele riso malicioso e do efêmero exibicionismo é que revelava o lado erótico e encantador da moça.  Parecia então que aquela mulher o fazia estremecer, enlouquecer, sentir desejos obscenos com ela. 

Imaginava deitado no quarto, os seus lábios tocarem os seios delas. Morreria com certeza de um desmaio de prazer. O amor se desfazia com a saudade que se desfaz no esquecimento. Amava-a em silêncio. Sentia pena do amigo Matias, pois lembrava dele aos vinte anos nunca ter amado de verdade, exceto os amores pagos ás mulheres do Babilônia. Não sabia que sonhos o levariam a morte. Talvez, o amigo fosse impotente diante da situação. Nunca quis exigir de uma mulher, o seu amor, somente o ato sexual pago. 

FIQUE ATENTO NOS ÚLTIMOS CAPÍTULOS DE SONHOS DE LEÔNIDAS - NOVELA PIAUIENSE DE SUCESSO.