segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


Este CONTO é uma obra de ficção. Os personagens, diálogos e lugares foram criados a partir da imaginação do autor e não são baseados em fatos reais. Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas, vivas ou mortas, é TÃO SOMENTE uma mera coincidência.

CONTO I

 NOITE DE TERROR

O serviço entrava pela meia-noite. O deleite da sociedade é um sono dos justos ao saber que a PM garante constitucionalmente essa tranquilidade. A noite negra como o breu do asfalto. Os céus suspensos com muitas nuvens cinzentas que cobriam toda a capital. Cães ladravam e pelo espelho da viatura, só o reflexo da carabina .40, o cartão de visita aos marginais. 

O vento vindo do Parnaíba gritava e trazia um som arrepiante, um som, talvez, de morte, de desespero. Chovia o suficiente para encher os muitos buracos daquelas vielas ainda sem a pavimentação dos paralelepípedos. A lama tão pegajosa pelas ruas pequenas, ruas apertadas que fazia os pneus da viatura deslizar e por entre as casinhas do bairro Inferninho, um gritou agudamente ecoou atrás da VTR 08. 

É que naquelas horas mortas da madrugada saia de uma das casas, sob as luzes incandescentes vinda dos portes emaranhados de gambiarras, uma criança de mais ou menos sete anos, a esperar ajuda dos homens da lei.Quando a VTR 08 estacionou. Os passos eram lentos por uma das vielas escuras do bairro, descíamos no ponta a ponta, carabinas e fuzil fatiando de um lado a outro. 

O fogo das lanternas testemunhava o que a pequena criança não queria acreditar e nem nós. Deitados ao lado de uma cama, perto de uma parede de taipa, um homem de meia idade ao lado de uma mulher, ambos mortos. O lençol manchado de sangue escarlate e perfurações de projeteis originados por uma pistola 380 por todo o corpo. O medo nos olhos da criança de lágrimas não contidas, ali refletia sem igual medida, a dor da perca de dois entes queridos. 

E ainda assim a criança, chamavam por eles insistentemente. Sem sinais vitais, só restava isolar o local e chamar a perícia e o IML. O autor ou autores daquele delito eram os traficantes da zona Norte.O garoto não queria sair dali, queria ficar por perto, ali era o melhor canto do mundo. Uma casa simples, humilde, de paredes de taipa, mas com o conforto de maior valia, o carinho dos pais que não estavam mais nesse mundo.  

A zona Norte de Teresina é uma zona de guerra e lotada de traficante e bocas de fumo por todos os bairros. Os rivais do tráfico não perdoam seus concorrentes e naquela noite chuvosa fizeram mais duas de suas vítimas. A lista de bocas de fumo na zona Norte parece interminável, elas vão do Inferninho á Vila São Francisco. Um grupo de traficantes chamados Reis do Pó, por volta das sete horas da noite tinham feito cantar espoleta para a viatura do 7 DP. 

O véu entre o bem e o mal é o mundo que existe entre os homens da lei e os infratores. Mundos este que se retorce no caos. Naquela noite de janeiro de 2005, a lacuna existente entre estes dois mundos seria conhecida.Quem os civis policiais chamariam para o apoio? Exatamente! Os homens do camuflado. O grupo de Natureza Especial das Rondas Ostensivas, a NERO, os homens do camuflado, os únicos que podia por fogo contra a bandidagem na capital Teresina e no resto do Estado.   

Tudo o que os civis policiais queriam naquele momento era o apoio do grupo especial, a NERO. Nossa gente é uma das mais especializada em patrulhamento de alto risco e ações táticas. Um porto seguro para os PM convencionais, quando estes e os civis não resolvem suas ocorrências. Para as mais complexas como lidar com assaltantes de alta periculosidade, roubos a banco, rebeliões em presídios do Estado e etc., eles chamam a NERO, os homens do camuflado resolvem a parada. 

Quando o civil policial Romeu encontrou com o também investigador Zé de Lauro, onde estavam em uma diligencia a mando do delegado Florindo, Romeu sabia que as boas probabilidades de que sua vida e do companheiro – tal como era, já era mais vulnerável e estava por terminar. Trocavam tiros com traficantes do Pantanal, dois dos mais fortes da linha de frente dos Reis do Pó a quem fizera as duas vítimas do Inferninho, tanto que expôs as pistolas e os revolveres dos civis policiais, inútil. 

Um pedido de socorro grunhiu pelas ondas do rádio de comunicação da viatura. O controle de operações civil policial entrou em contato com o COPOM a passar a ocorrência o que foi logo, copiado pela NERO 08. Os companheiros civis policiais estavam esquecidos naquele perigo mortal. Alguns dos seus companheiros riam, outros se olhavam com horror. 

De imediato, a NERO 08 arrastou-se nas sombras urbanas e fez os pneus deslizarem mais rápidos pelo asfalto – os culpados, e seus aliados, iriam pagar tamanho afronta ao Estado e a sociedade. Então, Capitão Aurélio, o comandante tinha nos últimos dias monitorado juntamente com os P2, toda a movimentação e nós estávamos na cola dos criminosos.

Já dentro da favela Pantanal – deslizando a passos lentos na escuridão e como um prêmio em mãos, eles vinham de pistolas nas mãos, os bandidos Rui tirano e Alex sete léguas que ao deparar-se com a VTR sacaram de suas armas e ao deflagrarem seus cartuchos contra os policiais da NERO 08, o efeito do Estado sobre o individuo em prol da sociedade, se fizera. 

Na troca de tiros, caiu de joelhos Rui tirano. E depois de se retorcer, cativo e assustado Alex sete légua acovardou-se, baleado. Rui tirano de cabelo castanho avermelhado caído ao chão, baleado nas pernas e perto dos ombros, também arquejando o comparsa, Alex sete léguas, um negro de olhos chocolate escuro, com o olhar suplicante encravado no rosto fino. 

Seus fôlegos sopravam como o último vapor, e ofegava, seja pelo frio ou pelo terror da morte que eles tinham ideia. Enfim, deu tempo o SAMU chegar e levá-los para o HGV, pois se demorasse mais dez minutos ao atendimento, certamente os dois partiriam para o vale de Hades e não ocupariam uma leito no hospital destinado a um cidadão.

— Estão com vidas. Tiveram sorte de não serem atingidos numa artéria. — sussurrou um dos paramédicos.

Todos se direcionavam para o HGV, depois á central de flagrantes para prestar os depoimentos. Os civis policiais iam juntos. Tinha que ser feito o procedimento ou depois o fumo sobrava para os pm´s.

AGUARDE NOVO CONTO...

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