Este CONTO é uma obra de ficção. Os personagens, diálogos e lugares foram criados a partir da imaginação do autor e não são baseados em fatos reais. Qualquer semelhança com acontecimentos ou pessoas, vivas ou mortas, é TÃO SOMENTE uma mera coincidência.
CONTO I
NOITE DE TERROR
O serviço entrava pela meia-noite. O
deleite da sociedade é um sono dos justos ao saber que a PM garante
constitucionalmente essa tranquilidade. A noite negra como o breu do asfalto. Os
céus suspensos com muitas nuvens cinzentas que cobriam toda a capital. Cães
ladravam e pelo espelho da viatura, só o reflexo da carabina .40, o cartão de
visita aos marginais.
O vento vindo do Parnaíba gritava e trazia um som
arrepiante, um som, talvez, de morte, de desespero. Chovia o suficiente para
encher os muitos buracos daquelas vielas ainda sem a pavimentação dos
paralelepípedos. A lama tão pegajosa pelas ruas pequenas, ruas apertadas que fazia
os pneus da viatura deslizar e por entre as casinhas do bairro Inferninho, um
gritou agudamente ecoou atrás da VTR 08.
É que naquelas horas mortas da
madrugada saia de uma das casas, sob as luzes incandescentes vinda dos portes
emaranhados de gambiarras, uma criança de mais ou menos sete anos, a esperar ajuda
dos homens da lei.Quando a VTR 08 estacionou. Os passos eram
lentos por uma das vielas escuras do bairro, descíamos no ponta a ponta,
carabinas e fuzil fatiando de um lado a outro.
O fogo das lanternas
testemunhava o que a pequena criança não queria acreditar e nem nós. Deitados
ao lado de uma cama, perto de uma parede de taipa, um homem de meia idade ao
lado de uma mulher, ambos mortos. O lençol manchado de sangue escarlate e perfurações de
projeteis originados por uma pistola 380 por todo o corpo. O medo nos olhos da
criança de lágrimas não contidas, ali refletia sem igual medida, a dor da perca
de dois entes queridos.
E ainda assim a criança, chamavam por eles insistentemente.
Sem sinais vitais, só restava isolar o local e chamar a perícia e o IML. O autor
ou autores daquele delito eram os traficantes da zona Norte.O garoto não queria sair dali, queria
ficar por perto, ali era o melhor canto do mundo. Uma casa simples, humilde, de
paredes de taipa, mas com o conforto de maior valia, o carinho dos pais que não
estavam mais nesse mundo.
A zona Norte
de Teresina é uma zona de guerra e lotada de traficante e bocas de fumo por
todos os bairros. Os rivais do tráfico não perdoam seus concorrentes e naquela
noite chuvosa fizeram mais duas de suas vítimas. A lista de bocas de fumo na
zona Norte parece interminável, elas vão do Inferninho á Vila São Francisco. Um
grupo de traficantes chamados Reis do Pó, por volta das sete horas da noite tinham
feito cantar espoleta para a viatura do 7 DP.
O véu entre o bem e o mal é o
mundo que existe entre os homens da lei e os infratores. Mundos este que se retorce
no caos. Naquela noite de janeiro de 2005, a lacuna existente entre estes dois
mundos seria conhecida.Quem os civis policiais chamariam para o
apoio? Exatamente! Os homens do camuflado. O grupo de Natureza Especial das
Rondas Ostensivas, a NERO, os homens do camuflado, os únicos que podia por fogo
contra a bandidagem na capital Teresina e no resto do Estado.
Tudo o
que os civis policiais queriam naquele momento era o apoio do grupo especial, a
NERO. Nossa gente é uma das mais especializada em patrulhamento de alto risco e
ações táticas. Um porto seguro para os PM convencionais, quando estes e os civis não resolvem suas
ocorrências. Para as mais complexas como lidar com assaltantes de alta
periculosidade, roubos a banco, rebeliões em presídios do Estado e etc., eles chamam
a NERO, os homens do camuflado resolvem a parada.
Quando o civil policial Romeu
encontrou com o também investigador Zé de Lauro, onde estavam em uma diligencia
a mando do delegado Florindo, Romeu sabia que as boas probabilidades de que sua
vida e do companheiro – tal como era, já era mais vulnerável e estava por
terminar. Trocavam tiros com traficantes do Pantanal, dois dos mais fortes da
linha de frente dos Reis do Pó a quem fizera as duas vítimas do Inferninho, tanto que expôs as pistolas e os revolveres dos
civis policiais, inútil.
Um pedido de socorro grunhiu pelas ondas do rádio de
comunicação da viatura. O controle de operações civil policial entrou em
contato com o COPOM a passar a ocorrência o que foi logo, copiado pela NERO 08.
Os companheiros civis policiais estavam esquecidos naquele perigo mortal.
Alguns dos seus companheiros riam, outros se olhavam com horror.
De imediato, a
NERO 08 arrastou-se nas sombras urbanas e fez os pneus deslizarem mais rápidos
pelo asfalto – os culpados, e seus aliados, iriam pagar tamanho afronta ao
Estado e a sociedade. Então, Capitão Aurélio, o comandante tinha nos últimos
dias monitorado juntamente com os P2, toda a movimentação e nós estávamos na cola dos criminosos.
Já dentro da favela Pantanal –
deslizando a passos lentos na escuridão e como um prêmio em mãos, eles vinham
de pistolas nas mãos, os bandidos Rui tirano e Alex sete léguas que ao
deparar-se com a VTR sacaram de suas armas e ao deflagrarem seus
cartuchos contra os policiais da NERO 08, o efeito do Estado sobre o individuo
em prol da sociedade, se fizera.
Na troca de tiros, caiu de joelhos Rui tirano. E
depois de se retorcer, cativo e assustado Alex sete légua acovardou-se, baleado. Rui
tirano de cabelo castanho avermelhado caído ao chão, baleado nas pernas e perto
dos ombros, também arquejando o comparsa, Alex sete léguas, um negro de olhos
chocolate escuro, com o olhar suplicante encravado no rosto fino.
Seus fôlegos
sopravam como o último vapor, e ofegava, seja pelo frio ou pelo terror da morte
que eles tinham ideia. Enfim, deu tempo o SAMU chegar e levá-los para o HGV,
pois se demorasse mais dez minutos ao atendimento, certamente os dois partiriam
para o vale de Hades e não ocupariam uma leito no hospital destinado a um cidadão.
— Estão com vidas. Tiveram sorte de não serem
atingidos numa artéria. — sussurrou um dos paramédicos.
Todos se direcionavam para o HGV, depois
á central de flagrantes para prestar os depoimentos. Os civis policiais iam
juntos. Tinha que ser feito o procedimento ou depois o fumo sobrava para os pm´s.
AGUARDE NOVO CONTO...
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