quarta-feira, 7 de março de 2012

GALÁPAGOS - POESIAS DE DEGREDO


Imagem: Flávio Morais


MARATAOAN CALADO


O Marataoan com suas ondas caudalosas é a sombra urbana,
Que encobre os verdes no cimento e o breu no asfalto,


Que suspira deserto e presenteia com sua fama,
O imprudente industrial que deságua o esgoto feito assalto,


E lhe rouba a magnificência embrutecida na covardia,
Do dolorido murmúrio que chora nas correntezas,


E que devora o lixo tóxico com ânsia e simpatia,
A negligência do homem nas suas incertezas,


O rio que na intimidade do silêncio tem carência,
Sofre calado o dano que parece uma prece natural,


De um destino selado que saem nas suas falências,
E propicia agitada sua fúria pelas entranhas do mal,


E impensado soluça na mensagem a sua ausência,
O grito de socorro do desmatamento do manancial.

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