Imagem: Flávio Morais
MARATAOAN CALADO
O Marataoan com suas ondas caudalosas é a sombra urbana,
Que encobre os verdes no cimento e o breu no asfalto,
Que suspira deserto e presenteia com sua fama,
O imprudente industrial que deságua o esgoto feito assalto,
E lhe rouba a magnificência embrutecida na covardia,
Do dolorido murmúrio que chora nas correntezas,
E que devora o lixo tóxico com ânsia e simpatia,
A negligência do homem nas suas incertezas,
O rio que na intimidade do silêncio tem carência,
Sofre calado o dano que parece uma prece natural,
De um destino selado que saem nas suas falências,
E propicia agitada sua fúria pelas entranhas do mal,
E impensado soluça na mensagem a sua ausência,
O grito de socorro do desmatamento do manancial.
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