CRÔNICA
DO SÁBADO: POLÍTICA BARRENSE, AS ONDAS GOZA O DINHEIRO.
E a política barrense é sutil sobre as ondas que goza
o dinheiro. O eleitor com certeza saberá do voto/voz achar, o que é melhor para
a cidade. Hoje Barras ouve os discursos e falácias preguiçosas. Os políticos
barrenses fazem farra com projetos infinitos e balançam de ócio os ouvidos
impregnados dos eleitores.
O balsamo de uma teia de inverdades é coma azul do céu.
O louco desenfreado pelo erário público é feito pavilhão entre a luz e as
trevas discutidas nas reuniões. Chove em tempo de seca, um céu profundo de
lábios trêmulos na esférica amplidão das promessas que no primeiro de janeiro é
apenas trama espessa dessas mechas grisalhas destorcidas.
O vento forte varre o marataoan e embriaga-me febril
de discursos confundidos, talvez de óleo de coco, rapadura, chão batido e
babaçu. Por muito tempo! Sempre! Barras vive momentos ininterruptos de
conversas mirabolantes e ondeante ao eleitor barrense. Chega! Chega de uma teia
de mentiras que culminam no desejo de teus ouvidos é cloaca.
O eleitor barrense não vive um oásis, o eleitor vive
um sonho pesadelo de um futuro incerto, um futuro que é presente abundante e
que nem saudade deixará. A estagnação é sedenta. Barras vive as trevas de uma
noite de mil anos e a abóbada solar não consegue iluminar. O eleitor barrense
bebe a taça da tristeza, dos políticos feito leques ornamentados a multiplicar
irônicas palavras de salvação. É preciso separar das imensidões.
O político de dois biênios chega à casa de palha e lança
o assalto e agita os lábios trêmulos de perfeição em verdadeiros coros de
vermes. Quem adora é desumano e pertinaz. Aonde o dinheiro vai fácil, volta em
universo igual bebida em bordel. O eleitor é tímido. O tédio do período eleitoral
é jogo de exercitar.
Os santos humanais de engano enchem os olhos, estufa
o peito, enche os brônquios e recordam os lampejos rútilos de promessas. Exiba eleitor
também seus pulmões na arrogância vã de sua nobreza. O mau político deve
conhecer a lei do retorno. Esse monstro cego, surdo e cruel. É salutar segurar
de mãos em mãos nessa época, a fim de sugar como vampiro imundo, o voto.
E não se envergonhas ou não vês sequer, olham-se no
espelho. A periferia de Barras vive a vacilar sem espanto, em desígnios velados
a lodosa desonra sem exemplar. O momento político é bizarro e cheio de
divindades bizarras, da noite escura ao dia claro. Os feiticeiros sombrios
abraçam e pousam para as fotos com crianças no colo. Ó demônio impiedoso! Às urnas
te tragam e acalma tuas hipocrisias.
E não é que sou Esfinge. Barras agora se inclina
vagarosa e imita o verdadeiro político. Não cabe nesse tempo, somente corpos
que pendem e se aguça por voto. Se debruçam inflados por uma vaga oriunda dos
que passaram quatro anos sendo apenas, gelos frementes. Podem escarrar de suas
bocas imundas, podem mostrar a arcada dos dentes, mas acalme a saliva, esse
líquido vindo do céu que se confunde com palavras de salvação.
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