Reportagem:
CONHEÇA A OBRA ANÔNIMA DE POESIAS
BARRENSE DO LIVRO SONHOS POÉTICOS.
Quando em 2001 comecei a fazer poesia, tive como grande prevenção
de uma pessoa inexperiente, somente visar os primeiros ensaios poéticos. A poesia
saia assim espontânea, como uma linguagem dos sentimentos. Um livreto de poesias de camalhaço, de um anônimo dos
versos, mas com o passar dos anos a poesia demasiadamente crua e áspera foi aos
poucos se lapidando.
O contato com escritores foi apenas júbilos indelicados e de dores
extremas. Sabia que enveredar pelo campo literário seria rimar com um estilo, rimar
com a poesia no mais fiel e nítido retrato d’alma do poeta. Sonhos Poéticos nasceu amador e fiz-lhe
com a face e a coragem de ser eu mesmo, um jovem no começo de vida acadêmica, dissimulado,
nada culto, mas à medida que a notoriedade da leitura veio como uma ação de
natureza privada, senti que a penumbra
da ignorância literária dissipar-se-ia.
O poeta barrense é de uma inquietação, de uma sensibilidade que
nem mesmo as chicotadas de uma poesia ruim lhe talhem o anel de beleza. A poesia
netoferreriana declara o glorioso, é barulho nos ossos que estalam no oportuno
e sem equívoco. Sonhos Poéticos
nasceu numa época em que o despertar do sonho literário foi temerário. Poesia que
nasceu para ser polêmica, mas sem condições essenciais de perseverança e altivez.
O cenário literário barrense nunca propiciou ares perfeito para um
terreno conquistado da literatura. O ano de 2001 tão implacável e completo que
por si só seria imperfeito. Muitos que fazem cultura migraram para outros lugares,
Teresina, seria o lugar natural da placidez e das produções literárias.
Sonhos Poéticos não teve talvez, o grande destaque que “Na Essência da Alma Poética” 2009,
por ser de uma poesia social e romântica. O contrário foi que o público adotou
as idéias de uma poesia mais ultra romântica com o sabor das necessidades. O livreto
de poesias de camalhaço, poesias de anônimo por ser uma poesia emotiva, poesia
enamorada dos ritmos da rima, amante do verso livre e moderno, uma nova poesia literária
preconizada por uma época de caminhos desencontrados.
O conjunto de poesias desconhecidas do público barrense, nasceu
falhado, não subiu aos degraus do sucesso. As miúdas misérias culturais da
cidade barrense se esgueirou por entre as poesias do pequenino. Sem dúvida,
faltou a obra netoferreriana, o lapidário da estrofe, as peripécias dos versos
fixos. No entanto, os desavindos da poesia barrense não foi opulenta o
bastante, nada poderosa e mais ofuscada
na tortura literária da falta de leitura. Fazer poesia é de um ou dois destinos, a existência ou a inexistência. Temos de compreendê-las, como se nos apresentassem elogio ao poeta o fim do dia.
Sonhos Poéticos não teve o brilho áureo de Galápagos – poesias de degredo por
ser este mais rutilante plêiade de poesias dentro de outro contexto cultural,
ou por não ser mais tão adolescente como aquele. Apesar disto, ou com tudo
isso, faliu as poesias de Sonhos
Poéticos. Nem foi preciso divulgá-las, já nasceram mortas.
Dilson Lages examinou-as curiosamente, com aquele gesto todo dele de olhar
poesias e depois veio o veredito final, requer mais leituras e mais leituras. Ali
se afundou minhas agitações literárias. Consagrou-se a vasta crônica em um
crime literário célebre. O veredito leituras e mais leituras ajudou-me a
elucidar alguns pontos na poesia.
Foi exaustivo e difícil o trabalho de emplacar na literatura barrense,
mas com o tempo já dava para falar de ruas, poetizar cenas, recortar detalhes
rimados. Com a compreensão da técnica poética, criar poesias perfeitas seria como
panfletos. Se não fosse pelo obsessivo o amor ao ofício da literatura, poderia
ter desistido naquele momento, confesso.
Portanto, Sonhos Poéticos
desenvolveu-se com isso, transfigurou-se, cresceu, continua sendo meu experimento
literária, meu raio x poético, uma ressonância literária, consolidada pelas
situações pretéritas, mas com o cimento da persistência, ela fixa a definição
das poesias de camalhaço, poesias anônimas.
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