terça-feira, 1 de maio de 2012


Reportagem:

CONHEÇA A OBRA ANÔNIMA DE POESIAS BARRENSE DO LIVRO SONHOS POÉTICOS.


Quando em 2001 comecei a fazer poesia, tive como grande prevenção de uma pessoa inexperiente, somente visar os primeiros ensaios poéticos. A poesia saia assim espontânea, como uma linguagem dos sentimentos. Um livreto de poesias de camalhaço, de um anônimo dos versos, mas com o passar dos anos a poesia demasiadamente crua e áspera foi aos poucos se lapidando.

O contato com escritores foi apenas júbilos indelicados e de dores extremas. Sabia que enveredar pelo campo literário seria rimar com um estilo, rimar com a poesia no mais fiel e nítido retrato d’alma do poeta. Sonhos Poéticos nasceu amador e fiz-lhe com a face e a coragem de ser eu mesmo, um jovem no começo de vida acadêmica, dissimulado, nada culto, mas à medida que a notoriedade da leitura veio como uma ação de natureza privada, senti que  a penumbra da ignorância literária dissipar-se-ia.

O poeta barrense é de uma inquietação, de uma sensibilidade que nem mesmo as chicotadas de uma poesia ruim lhe talhem o anel de beleza. A poesia netoferreriana declara o glorioso, é barulho nos ossos que estalam no oportuno e sem equívoco. Sonhos Poéticos nasceu numa época em que o despertar do sonho literário foi temerário. Poesia que nasceu para ser polêmica, mas sem condições essenciais de perseverança e altivez.

O cenário literário barrense nunca propiciou ares perfeito para um terreno conquistado da literatura. O ano de 2001 tão implacável e completo que por si só seria imperfeito. Muitos que fazem cultura migraram para outros lugares, Teresina, seria o lugar natural da placidez e das produções literárias.

Sonhos Poéticos não teve talvez, o grande destaque que “Na Essência da Alma Poética” 2009, por ser de uma poesia social e romântica. O contrário foi que o público adotou as idéias de uma poesia mais ultra romântica com o sabor das necessidades. O livreto de poesias de camalhaço, poesias de anônimo por ser uma poesia emotiva, poesia enamorada dos ritmos da rima, amante do verso livre e moderno, uma nova poesia literária preconizada por uma época de caminhos desencontrados.

O conjunto de poesias desconhecidas do público barrense, nasceu falhado, não subiu aos degraus do sucesso. As miúdas misérias culturais da cidade barrense se esgueirou por entre as poesias do pequenino. Sem dúvida, faltou a obra netoferreriana, o lapidário da estrofe, as peripécias dos versos fixos. No entanto, os desavindos da poesia barrense não foi opulenta o bastante, nada  poderosa e mais ofuscada na tortura literária da falta de leitura. Fazer poesia é de um ou dois destinos, a existência ou a inexistência. Temos de compreendê-las, como se nos apresentassem elogio ao poeta o fim do dia.

Sonhos Poéticos não teve o brilho áureo de Galápagos – poesias de degredo por ser este mais rutilante plêiade de poesias dentro de outro contexto cultural, ou por não ser mais tão adolescente como aquele. Apesar disto, ou com tudo isso, faliu as poesias de Sonhos Poéticos. Nem foi preciso divulgá-las, já nasceram mortas.

Dilson Lages examinou-as curiosamente, com aquele gesto todo dele de olhar poesias e depois veio o veredito final, requer mais leituras e mais leituras. Ali se afundou minhas agitações literárias. Consagrou-se a vasta crônica em um crime literário célebre. O veredito leituras e mais leituras ajudou-me a elucidar alguns pontos na poesia.

Foi exaustivo e difícil o trabalho de emplacar na literatura barrense, mas com o tempo já dava para falar de ruas, poetizar cenas, recortar detalhes rimados. Com a compreensão da técnica poética, criar poesias perfeitas seria como panfletos. Se não fosse pelo obsessivo o amor ao ofício da literatura, poderia ter desistido naquele momento, confesso.

Portanto, Sonhos Poéticos desenvolveu-se com isso, transfigurou-se, cresceu, continua sendo meu experimento literária, meu raio x poético, uma ressonância literária, consolidada pelas situações pretéritas, mas com o cimento da persistência, ela fixa a definição das poesias de camalhaço, poesias anônimas.

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