quarta-feira, 11 de julho de 2012



UM POUCO DO ROMANCE CHÃO DE FOGO 



O que me contentava mais nesse romance CHÃO DE FOGO é o fato de que, por ele só já estava ótimo, imaginei um enredo, com um ou mais temas e na intertextualidade de outra narração ficcional, deixou-me seguro de usar a minha razão critica de conhecimento com o laboratório usado no romance Terra de marataoan, se não perfeitamente como este, ao menos o melhor que eu pudesse fazê-lo com a experiência da primeira narrativa ficcional; além disso, sentia, ao escrevê-lo, que a confecção do romance CHÃO DE FOGO pouco a pouco ia a acostumar o leitor a conceber mais nítida e distintamente, e que, não o tendo submetido a qualquer fato particular, mas fatos particulares ficcionais, prometia eu mesmo escrevê-lo tão utilmente cada capítulo.

Não que, para tanto, ousasse empreender primeiramente a uma revisão textual e de todas as deformações e reconstrução, o peso final foi o encerramento do romance CHÃO DE FOGO, não que o final não se apresentasse, pois isso mesmo seria contrário à ordem dos capítulos que ele prescreve. Porém, tendo notado que os seus capítulos deviam ser todos tomados à um fio narrativo de modo a interligar os fatos ficcionais da narrativa, na qual não encontrava ainda quaisquer que fossem certos, pensei que seria mister, antes de tudo, procurar ali cada capítulo com sua particularidade e assim estabelecê-los.

 E que, sendo na atualidade o romance, a narrativa ficcional, a coisa mais importante do mundo literário, e onde a precipitação e a prevenção eram mais de recear, não devia escrever sua finalização sem antes de atingir um estágio bem mais maduro do que até essa época, assim o segundo romance netoferreriano veio do acúmulo de muitas experiências literárias e leitura de outros romances, para servirem em seguida de matéria aos meus raciocínios, e exercitando-me sempre no romance que me dispus a escrever, a fim de me firmar nele cada vez mais.

 E enfim, como não basta escrever, antes de ler, fui reconstruir uma Barras onde se mora o cotidiano de uma gente, escrevê-la, ou prover-se de materiais e causos populares e adestrar cada capítulo traçado cuidadosamente; mas cumpre também ter ouvido de outro ou qualquer  do povo suas vivências e assim maquiá-lo a uma realidade ficcional, para não permanecer irresoluto em minhas ações literárias, enquanto o romance CHÃO DE FOGO me obrigasse a sê-lo, em meus juízos, e de não deixar de escrever desde cada um dos personagens com suas particularidades, formei para mim mesmo uma moral provisória para todo o enredo do romance, que consistia apenas em três ou quatro temas que eu quero vos participar. O futebol, as festas religiosas, as drogas e o amor interligadas á questão cordelista de Coronel Hilário, o mestre cigano Zé de Lauro foram temas muito explorado na decorrer do romance barrense.

O primeiro romance a obedeceu às leis da livre ficção e aos costumes de minha cidade, retendo constantemente a religião em que Deus me concedeu a graça de ser instruído desde a infância, e governando-me, em tudo o mais, segundo as opiniões mais moderadas dos leitores, que foram comumente acolhidas na prática pelo escritor. Pois, os primeiros capítulos começam desde então a não contar sobre o futebol de minha terra, nada com as minhas próprias opiniões, porque eu as queria submeter todas ao romance, estava certo de que o melhor a fazer era seguir as dos mais sensatos leitores. 

E, embora haja talvez, entre os críticos, entre os leitores, é certo que há homens tão críticos como nós, parecer-me que o mais útil seria pautar-me naqueles romances entre os quais teria de ler; e que, para saber quais eram verdadeiramente as suas opiniões. Com capítulos on line, tem-se uma ideia do que está acontecendo e o leitor pode intervir na ação ficcional, eu devia tomar nota mais daquilo que liam e daquilo que diziam; não só porque, na corrupção de nossos costumes, há poucas pessoas que queiram dizer tudo o que acreditam, mas também porque muitos o ignoram, por sua vez.

Pois, sendo o romance CHÃO DE FOGO, uma ação do pensamento do escritor, pela qual se crê uma coisa, diferente daquela pela qual se conhece que se crê nela, amiúde uma não se apresenta sem a outra. E, entre várias opiniões igualmente aceitas, escolhia apenas as mais moderadas: tanto porque são sempre as mais cômodas para a prática de leitura, e verossimilmente as melhores, pois todo excesso costuma ser mau, como também a fim de me desviar menos do verdadeiro caminho da trama original, caso eu falhasse com o novo romance, do que, tendo escolhido um dos extremos, fosse o outro o que deveria ter seguido.

E, particularmente, um ano e meio entre desmanche e reconstrução de capítulos, com muita coragem na cara, eu colocava aos leitores do blog BARRAS LITERÁRIA, todas os capítulos pelas quais foram escritos. Não que muitos desaprovasse a maneira de ler, mas para remediar a inconstância dos capítulos fracos, permiti, quando o capítulo ia postado, a segurança impedia algum desígnio que seja apenas indiferente ao outro capítulo. De modo que nenhum dele torná-lo pior do que o romance Terra de marataoan, pensei que tinha cometido grande falta contra o leitor, se, pelo fato de ter escrito então alguma coisa em apenas um ano e meio, me senti na obrigação de retorná-lo com uma boa dose de ficção local, ainda que o romance não saísse com o primeiro, quando deixei talvez de escrevê-lo com menos pressas, ou quando eu escrevesse e desconsiderar possíveis erros como tal.

Romance CHÃO DE FOGO é minha segunda máxima no gênero literário da ficção. Ele consisti em ser o mais firme e o mais resoluto possível das ações dos personagens, e em não seguir menos constantemente do que se fossem muito seguras as opiniões mais duvidosas, sempre que eu me tivesse decidido a tanto. Não precisei imitar nossos escritores, não por mudar o estilo de cada um, mas por fracas razões, ainda que no começo só o acaso, talvez haja determinado a escolha de escrever outro romance quase ao termino do primeiro: pois, por este meio, se os dois romances não vão exatamente aonde desejam, ao menos chegarão no fim a alguma parte, onde verossimilmente estarão melhor do que no meio do inconsciente do leitor.

E, assim como as ações da vida não suportam às vezes qualquer delonga, é uma verdade muito certa que, quando não está em nosso poder o discernir das opiniões literárias mais verdadeiras, devemos seguir as mais prováveis; e mesmo, ainda que não notemos em umas mais probabilidades do que em outras, devemos, não obstante, decidir-nos por algumas e considerá-las depois não mais como duvidosas, na medida em que se escreve, porquanto a razão que a isso nos decidi se apresenta como tal.

E isto me permitiu, desde então, libertar-me de todos os arrependimentos e remorsos que costumam agitar as consciências do primeiro romance Terra de marataoan seja quanto ao enredo, seja na sintaxe gramatical e vacilantes que CHÃO DE FOGO se deixa levar constantemente a praticar uma ótima leitura, como boa. Portanto, procurar sempre antes vencer a mim próprio, os meus erros de escrita e de antes modificar os meus desejos de escritor acostumar-me a crer que nada há que esteja inteiramente em nosso poder, exceto os nossos pensamentos, de sorte que, depois de ter feito o melhor possível no tocante ao romance anterior, tudo em que deixo é o mais novo trabalho, romance CHÃO DE FOGO, que já sai bem e lamentar que não possui a necessidade malgrado dos grandes romances brasileiros, romances consagrados pela crítica e público, mas disputar felicidade entre nossos leitores, a saúde de uma ótima leitura.


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