quinta-feira, 5 de abril de 2012

REPORTAGEM ESPECIAL:





A POESIA de Galápagos

A identidade poética desse livro de poemas é a poesia de degredo, muitas vezes desterrados sobre o tempo, defronte ao próprio habitat humano, no sentimento de agir no tempo/espaço, manipulando-o como fosse laborioso trabalho poético, transformando 
e sendo transformado; a poesia de Galápagos é uma poesia nativa, nascida no leito da 
terra dos intelectuais e solidificada nas vivências de nossa gente.


Uma poesia de livre expressão e criação. Não me convence a adoração ao objeto 
como forma de criação, mesmo existindo, mas sim a poesia sem correntes regionais a se 
expor ou convenções literárias ou atreladas a uma elite acadêmica. Antes a forma que a 
norma, no sentido moral. Antes o conteúdo que a forma, no sentido estético. 
É uma poesia fragmentária como o mundo e com as estruturas, lógica como o corpo. 
Uma poesia humilde que atua no entendimento das verdades absolutas. É uma poesia 
humana e universal.


É uma poesia do concreto e da terra, dos edifícios e das matas, dos homens e dos 
não-homens. Uma poesia do povo para o povo e que fala do povo. É uma poesia dos 
espíritos livres. Sem grilhões, sem cadeados; sem chaves, sem ferrolhos ou dobradiças. 
A poesia degredada como forma de liberdade. A poesia na construção da poesia do 
novo poema da terra do Marataoan. Primeiro passo na construção universal.


A poesia da vontade, como reveladora das verdades e não- verdades. Não é à  
poesia pela poesia. Mas por outra poesia. Além da ação estática da poesia oficial. A 
poesia de Galápagos é para os recitais revolucionários. Das origens aos nossos dias 
como forma de forjar um novo verbo. Como herança e influências históricas dos poetas 
barrenses, no combate pela inserção da poesia da terra dos governadores contemporânea 
no movimento estadual e até nacional. 
Um simples livro que não pretende ficar parado frente à estática ação oficial e 
artificial. Que não se contenta com a posição de desconhecido. Com a posição de 
espectador. Somos contra a manifesta poesia das elites regionais e poetas estatais e 
financiados pelo ego-egocêntrico capitaneado.


Somos Contra a poesia que forja mecanismos de ação e se limita a não-ação. Somos 
contra os poetas sem poesia que publicam livros e dão entrevistas ás custas dos próprios 
bolsos. Somos contra a atitude histórica de se criar deuses, criando homens, babaçuais, 
rio, carnaúbas, buritis, rapaduras como fossem deuses legítimos de um folclore artificial 
de poesia narcisista, poesia edipiana; coxa, pobre e magérrima. 
Pela exploração da contradição, pois assim se gera um fruto, que leva à reflexão.


Pela poesia que vai ao encontro de Barras para incorporá-la e não para excluí-la do 
cenário piauiense. Uma poesia de ação popular, mas de certo, seus resultados são 
elitistas. 
Não queremos excluir elementos verdadeiros da cultura.  
Mas sim expulsar os 
elementos mentirosos e farsantes; os mistificadores. Poesia que pede para nascer: 
“deixem lacaios, Galápagos esse livro-feto retardado e lúcido com sua moral despontar 
rumo às pessoas do terreno e gemer em protesto”.

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