sábado, 2 de junho de 2012


IMPRESSÕES DO ROMANCE TERRA DE MARATAOAN
*por email.

O livro Romance Terra de Marataoan, é sem sombra de dúvida um romance regionalista, do escritor barrense Joaquim Neto Ferreira (2011), podemos certamente creditar a obra, o primeiro romance genuinamente barrense publicado em ebook. A leitura agradável do romance nos remete a uns José Lins do Rêgo, uma Raquel de Queiroz e o leitor por um instante pode degustar-se de uma ficção regionalista em pelo milenismo.

O Romance Terra de marataoan leva-nos a refletir os costumes, o êxodo rural e a estória de um povo. Não obstante, o texto Neto ferreriano retrata-nos uma Barras com seus antagonismo na política local, adaptação a um novo contexto social, um mundo rural para o urbano com a personagem Conceição e a figura infantil de Tampinha.

Joaquim Neto Ferreira nos leva a uma dimensão na qual Barras vive a intersecção do senhor de propriedade, dos laços latifundiários para um senhor da política centrado na figura de Zé de Lauro. O coronel de terra na figura de Regilberto nos dar a grandeza daqueles que viveram na terra e fincaram suas raízes na relação patriarcalismo versus servilismo. O estilo poético que povoa todo o romance barrense é de uma poesia riquíssima.

O entrelaçamento do romance é uma espécie de textos conectada e em sintonia a narrativa, isto é, como se fosse um conto dentro de outro conto. Paulatinamente ao romance, vale mencionar a relação semiótica da seca, o grande desafio do nordestino. De José Lins do Rêgo, o romancista citou a paisagem sertaneja, os diálogos curtos.

No capítulo “sobre os festejos da padroeira”, o leitor depara-se com a ordem religiosa do povo barrense e a raiz cultura do povo.  “O povo se apinhava ás multidões na praça da matriz. O dinheiro corria nas barracas de confecções da rua Gervásio Pires que empatava o povo andar por ali dividindo o lugar com as mercadorias. As lembranças do menino tampinha lhe serviam de repasto, ele remoia no pensamento as misturas cinza dos bagaços que o tempo cruzou nos seus passos. No alto da igreja, os acólitos davam as derradeiras badaladas no sino.” (romance Terra de marataoan CAPÍTULO 07)

Em Raquel de Queiroz, a epígrafe da seca, suas mazelas sociais. É claro a intenção política do autor no romance e não é diferente, pois os autores do milenismo da Literatura Piauiense são eternos críticos sociais e esfacelam as vísceras pútridas de uma política corrupta. O latifúndio como uma espécie de jogo na cena política e a questão social da terra.

“O azul pavilhão do céu distendido na imensidão do mundo circundava-se com a esférica amplidão das nuvens. O drama dos trabalhadores rurais na luta por umas glebas da terra para morar e plantar o alimento. O embriago febril dos latifundiários nas essências confundidas nos interesses em mais torrão e chão. Talvez do óleo de coco dos babaçuais por muito tempo seria a crina ondeante das riquezas descobertas no lugar. Os pobres homens queriam apenas cultivar o pão de cada dia naquela imensa terra. O INCRA com o desejo dos ouvidos cantantes dos poderosos a época era apenas um oásis e sonho sobre o odre abundante do latifúndio dos coronéis”. ( Romance Terra de marataoan, capítulo 05)

O escritor barrense reúne imagens metafóricas à obra. O drama da retirante barrense e o choque cultural do menino Marcos, o tampinha remete-nos a “Doidinho” de Zé Lins. O termo de lírico é um forte foco narrativo. O narrador onisciente denuncia a face corrupta dos políticos. Por fim, Romance Terra de marataoan, uma leitura simples, um romance desse que é uma grande pintura regionalística misturando passado, presente e futuro.

José Alves, leitor.

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