IMPRESSÕES DO ROMANCE TERRA DE MARATAOAN
*por email.
O livro Romance
Terra de Marataoan, é sem sombra de dúvida um romance regionalista, do
escritor barrense Joaquim Neto Ferreira (2011), podemos certamente creditar a obra,
o primeiro romance genuinamente barrense publicado em ebook. A leitura agradável
do romance nos remete a uns José Lins do Rêgo, uma Raquel de Queiroz e o leitor
por um instante pode degustar-se de uma ficção regionalista em pelo milenismo.
O Romance Terra de
marataoan leva-nos a refletir os costumes, o êxodo rural e a estória de um povo.
Não obstante, o texto Neto ferreriano retrata-nos uma Barras com seus antagonismo
na política local, adaptação a um novo contexto social, um mundo rural para o urbano com
a personagem Conceição e a figura infantil de Tampinha.
Joaquim Neto Ferreira
nos leva a uma dimensão na qual Barras vive a intersecção do senhor de
propriedade, dos laços latifundiários para um senhor da política centrado na
figura de Zé de Lauro. O coronel de terra na figura de Regilberto nos dar a
grandeza daqueles que viveram na terra e fincaram suas raízes na relação patriarcalismo
versus servilismo. O estilo poético que povoa todo o romance barrense é de uma
poesia riquíssima.
O entrelaçamento do
romance é uma espécie de textos conectada e em sintonia a narrativa, isto é, como se fosse um conto dentro de outro conto. Paulatinamente ao romance, vale
mencionar a relação semiótica da seca, o grande desafio do nordestino. De José Lins
do Rêgo, o romancista citou a paisagem sertaneja, os diálogos curtos.
No capítulo “sobre os
festejos da padroeira”, o leitor depara-se com a ordem religiosa do povo
barrense e a raiz cultura do povo. “O povo se apinhava ás multidões na praça da matriz. O dinheiro corria
nas barracas de confecções da rua Gervásio Pires que empatava o povo andar por
ali dividindo o lugar com as mercadorias. As lembranças do menino tampinha lhe
serviam de repasto, ele remoia no pensamento as misturas cinza dos bagaços que
o tempo cruzou nos seus passos. No alto da igreja, os acólitos davam as
derradeiras badaladas no sino.” (romance
Terra de marataoan CAPÍTULO
07)
Em Raquel de Queiroz,
a epígrafe da seca, suas mazelas sociais. É claro a intenção política do autor
no romance e não é diferente, pois os autores do milenismo da Literatura Piauiense
são eternos críticos sociais e esfacelam as vísceras pútridas de uma política
corrupta. O latifúndio como uma espécie de jogo na cena política e a questão social
da terra.
“O azul pavilhão do céu distendido na imensidão do mundo circundava-se
com a esférica amplidão das nuvens. O drama dos trabalhadores rurais na luta
por umas glebas da terra para morar e plantar o alimento. O embriago febril dos
latifundiários nas essências confundidas nos interesses em mais torrão e chão. Talvez
do óleo de coco dos babaçuais por muito tempo seria a crina ondeante das
riquezas descobertas no lugar. Os pobres homens queriam apenas cultivar o pão de
cada dia naquela imensa terra. O INCRA com o desejo dos ouvidos cantantes dos
poderosos a época era apenas um oásis e sonho sobre o odre abundante do
latifúndio dos coronéis”. ( Romance
Terra de marataoan, capítulo 05)
O escritor barrense reúne
imagens metafóricas à obra. O drama da retirante barrense e o choque cultural
do menino Marcos, o tampinha remete-nos a “Doidinho” de Zé Lins. O termo de lírico
é um forte foco narrativo. O narrador onisciente denuncia a face corrupta dos
políticos. Por fim, Romance Terra de marataoan, uma leitura simples, um romance
desse que é uma grande pintura regionalística misturando passado, presente e
futuro.
José Alves, leitor.
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