sexta-feira, 15 de junho de 2012


ROMANCE CHÃO DE FOGO: UMA OBRA FICCIONAL BARRENSE QUE JÁ É SUCESSO DE CRÍTICA.


*Por: Álvares Azeredo

O nobre escritor Joaquim Neto Ferreira se debruça mais uma vez sobre a sua Barras, sua terra de marataoã como chama o torrão natal, e ele sabe mesmo descrever sobre as coisas de sua terra, sua gente, suas estórias, mais sutil e requintado, como desejam alguns críticos literários piauienses. Sempre acreditei nesse talento barrense.

O ajustamento, o detalhamento que de espontâneo na narração ficcional, talvez não fosse possível, e nossa literatura barrense perderia um de seus maiores divulgadores culturais. Sabemos que é quase impossível estabelecer laços característicos de uma literatura local, mais o jovem escritor permeia por uma seara que poucos gostariam de trilhar.

Joaquim Neto Ferreira destaca-se na área dos romances, romances barrenses com suas estórias ficcionais quase autênticas, o lado social mais dramatizado. Dos dois romances do autor barrense, Chão de Fogo é como um epílogo magistral, continua a mexer com o pensamento do leitor depois de lidos os capítulos on line no Barras Literária, porque a narrativa é humilde sem grandes neologismo, sem pieguice, vocábulos incompreensíveis e indo além da simples diversão aparente do autor. Não com termos arcaicos que se fazem grandes escritores, e ele pode provar isso.

Só isso? Não. O escritor barrense destaca-se com seus causos ficcionais e escreve com maestria no romance Chão de Fogo na qual, o escritor insere a paisagem histórica barrense, os elementos da cultura carnavalesca, uma fase econômica e política de uma Barras do ano de 1995, que passam a viver em representação dramática dos políticos barrenses a nossos olhos, e o romance não deixa despercebido até então do caráter trágico da personagem Sinhá, ou ainda não habituados a encontrar toda essa tragicidade da morte prematura no hospital Leônidas Melo em termos (tão simples) de ficção.

O romance Chão de Fogo é de uma narrativa que tem quase o estilo real dessas 'estórias ficcionais barrenses', seja invenções literárias, seja por interesse em si, e a sensação de alegria de ler e reler os capítulos domina o leitor — mas que uma angústia nova de ler, é agradável e diferente aos causos ingênuos de Terra de marataoan que marcou a quem leu.

É claro que o escritor barrense é ainda um amador, mas não deixa o caráter profissional que será sem dúvida um grande romancista piauiense, pois coloca largamente a presença de fatos cotidianos da sua cidade, mesmo que ficcional entre os acontecimentos, seja de forma direta, criativa ou através de impressões e modos particulares de ver e sentir os acontecimentos no berço natal; romance Chão de Fogo é um romance barrense que se oferece a confidencia, e toca-nos.

Coube a Joaquim Neto Ferreira fazer nascer uma literatura local que cresce e passa a expressar-se no cenário estadual, e vislumbra bem num período de crise cultural, isto é, crise cultural no aspecto de romance em potencial, em que uma forma de escrever sobre sua região ganha ares notórios.

O romance Netoferreriano é de um sentimento agudo de ficcionista que capta os conflitos gerados por esse desmoronamento silencioso (a transformação do romance atual com uma espécie cordelista, o que é simplesmente revolucionário, mas por criatividade, poderia mesmo ser percebido no misto “Coronel Hilário e mestre cigano Zé de Lauro) e romance amoroso de Eunice e Aurélio. 

Ele casou perfeitamente com o encontro afortunado de uma situação surreal, de uma experiência da personagem Eunice com as drogas e de um dom de narrador no romance/cordelista da estória de Coronel Hilário e Zé de Lauro.

Ele constrói o seu segundo livro ficcional, depois da sorte e sucesso do independe Romance Terra de marataoan, uma série de revisões na parte estética, sintática. É um romancista fabuloso, no sentido de que mesmo sendo de humilde  escrita, é de um material barrense riquíssimo.

Joaquim Neto Ferreira se serve e ganha contornos de grande ficcionista, um jovem escritor apaixonante e de que os causos populares vão ganhar o imaginário do leitor tradicional, onde o que se costuma ler será no futuro transmitido a um público maior. Leia e surpreenda-se com os capítulos do mais novo romance barrense: ROMANCE CHÃO DE FOGO.

*Leitor barrense.

Email: alvaresazeredo@hotmail.com

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